Quantos sonhos você já matou?

O medo de errar te paralisa? O que você estaria fazendo de diferente hoje se o receio não fosse o obstáculo? Essas perguntas podem causar uma inquietação, mas é essa mesma sensação que aponta para o que realmente nos move, revelando o que nos motiva a ser resilientes.

Resiliência não é teimosia. É a capacidade de se recompor após enfrentar frustrações e medos — sentimentos que surgem em situações de resultados negativos. Considere o exemplo de alguém que sonha em ser professor. Essa pessoa entra na faculdade com esse desejo no coração, mas, influenciada por conselhos familiares ou conveniências, opta por um bacharelado. Ela conclui o curso, conquista um emprego em uma multinacional e é bem-sucedida. Porém, lá no fundo, ainda carrega os resquícios daquele sonho de ser professor.

Determinada a dar uma nova chance a esse desejo, ela decide fazer uma pós-graduação em Docência do Ensino Superior. O curso a entusiasma, reacendendo sua paixão pela educação. Ao concluir, começa a buscar oportunidades, mesmo que precisasse conciliar com o emprego atual. Participa de um processo seletivo e vai bem nas etapas iniciais: análise curricular, prova de conhecimento básico e específico. No entanto, ao ser convocada para a avaliação de desempenho didático, o medo de não ser boa o suficiente a paralisa, e ela não consegue avançar.

No próximo processo seletivo, sentindo-se mais confiante, encara novamente o desafio da prova didática. Embora se saia melhor, é reprovada. Amigos e familiares a aconselham: "Você já tem um ótimo emprego, reconhecimento, um bom salário. Por que insistir?" Mas ela não desiste. Escolhe ser resiliente e persiste. Participa de vários processos, aprendendo e evoluindo a cada tentativa. Afinal, ela já superou desafios antes: aprendeu a andar, a falar, a ler, a dirigir. Conquistou o primeiro estágio, o primeiro emprego, o primeiro amor.

Finalmente, menos de oito meses após concluir sua pós-graduação, recebe a tão aguardada convocação. Assume seu primeiro cargo como professora efetiva em uma escola pública de ensino superior. A experiência é transformadora: ela ama cada detalhe do novo trabalho, é reconhecida e rapidamente nomeada coordenadora, depois diretora. Ao longo dos anos, acumula prêmios e homenagens, celebrando a realização de um sonho que quase foi deixado para trás.

Essa história nos ensina que, para alcançar nossos objetivos, a resiliência é indispensável. Mais que isso, mostra que não devemos abandonar o desejo de estar onde nos sentimos bem, onde podemos florescer como uma árvore plantada em solo fértil e amplo. Persistir é difícil, mas é o caminho para o verdadeiro crescimento e realização.